Curiosidades

História da Tatuagem 

Na História da humanidade, independentemente da cultura, é frequente que homens marquem o corpo de modo efêmero ou permanente. Além de tatuagens, pinturas corporais, escarificações, maquiagens e perfurações exemplificam algumas de suas modalidades (Figuras 1 a 5).

Figura 1 – Tatuagem

Fonte: Poitras, 2013

Figura 2 – Pinturas Corporais

Fonte: Hemispheric Institute, 2017

Figura 3 – Escarificação

Fonte: Krutak, 2017

Figura 4 – Maquiagem

Fonte: Sakurai, 2010

A partir do século XX, no entanto, a também denominada body art parece contar com interesse mais intensificado por parte da sociedade em decorrência da facilidade de acesso a esses profissionais. Percebe-se, portanto, uma diversidade tanto de motivações quanto de modos de execução para essas representações estéticas.
Datado de 5300 a.C., Ötzi, também denominado “Homem do Gelo”, representa os restos mortais de um dos homens mais antigos e intactos já encontrados. Em seu corpo, há tatuagens na região lombar, no joelho esquerdo e no tornozelo direito realizado a partir de finas incisões seguidas por ficções com carvão. Supõe-se que tais marcas corporais eram feitas para fins terapêuticos, tal como uma antiga prática de acupuntura, conforme mostra a (ARAUJO, 2005) (Quadro 1).

Quadro 1 – Otzi, ou Homem de Gelo, e Tatuagem

Fonte: Hernandes, 2015

No Egito Antigo, há registros de múmias tatuadas. Leitão (2000, p. 3) cita a Princesa Amuet, da XI Dinastia, “cujo ventre era desenhado com linhas e pontos que formavam uma figura elíptica, associada a ritos de fertilidade”. Do mesmo modo, outros povos, tais como trácios e tabanos, também foram encontrados com escarificações e desenhos cicatriciais pigmentados (Figura 6).

Figura 6 – Tatuagem em múmia

Fonte: Denck, 2016

Leitão (2000, p. 3) relata que a primeira “revolução” da tatuagem ocorre apenas no século XVIII. Em 1769, o capitão James Cook, durante sua viagem ao Taiti, “descobre” a tatuagem. A palavra tattoo insere-se na língua inglesa a partir de uma adaptação das palavras taitianas e samoanas – “tatah” e “tah-tah-tow”– que significam, respectivamente, marcar o corpo. Deste modo, a arte e a palavra tattoo foram introduzidas na Europa.
Conforme os relatos de Marco Polo sobre suas primeiras viagens marítimas, no século XIII, encontravam-se tatuagens na Ásia, inclusive coloridas. Na Província de Cancigu, onde hoje se situa a Birmânia e a Tailândia, havia o costume de cobrir o corpo com desenhos de leões, dragões ou outras figuras (LEITÃO, 2000). Ainda na Polinésia, outros europeus, viajantes e comerciantes, também perceberam que as assinaturas que firmavam as negociações entre eles e representantes das tribos maori, coincidiam com as figuras que tinham tatuadas em seus corpos. Decorrente disso compreendeu-se que aquelas representações equivaliam aos seus nomes.
Em 1775, em sentido oposto, um polinésio chegou à Europa trazido por Cook. Com a intenção de exibi-lo ao rei George, assim como a outros membros da sociedade real britânica, Omai exibe sua pintura corporal e agrada tanto cavaleiros quanto aristocratas. A partir de então, as tatuagens de dragão e de brasões de famílias passam também a ser tatuados nos braços e nas costas de muitos europeus.
Algumas pessoas que começaram a colecionar cabeças maoris tatuadas (Figura 7), transformaram-nas em algo de alto valor. Seu mercado permite negociálas por uma quantidade razoável de armas de fogo, as quais os europeus ofereceriam aos polinésios. Com o passar do tempo, houve um aumento no interesse em adquirir cabeças tatuadas e assim, os maoris começaram a tatuar cabeças de inimigos de guerra e de escravos mortos, que posteriormente eram vendidas. Devido à grande comercialização, o governo inglês reage e impede a entrada de cabeças humanas no país (LEITÃO, 2000).

No final do século XIX, as máquinas modificam os modos de marcar o corpo no mundo ocidental. Novas ferramentas, meios de transporte e de produção transformam o cenário das tatuagens, acompanhando o progresso que agora é mecanizado. Se inicialmente as marcas no corpo eram efetuadas por meio de técnicas manuais, a partir de um processo doloroso e extenso, a mecanização permitiu a diminuição da dor e do tempo de sua execução.
Em 1891, a primeira máquina de tatuar é criada por O’Reilly, na cidade de Nova York (Quadro 2). Tornando-se rapidamente mais popular que as técnicas manuais, as tatuagens mecanizadas permitem o surgimento de muitas lojas na América do Norte.

Figura 7 – Cabeça maori tatuada

Fonte: Leitão, 2000

Quadro 2 – Primeira máquina elétrica de tatuagem

Fonte: Tinta na pele, 2011

No Brasil, o aprimoramento de profissionais e o progresso das técnicas foram lentos em decorrência da falta de conhecimento de técnicas e máquinas. O avanço nessa área dependia dos tatuadores que fabricassem suas próprias máquinas. Em 1959, no entanto, chegou ao país o primeiro tatuador, que trazia consigo a primeira máquina de tatuar elétrica. Lucky, marinheiro dinamarquês que pertencia a uma família de tatuadores, tornou-se então referência para outros tatuadores.
No decorrer da década de 1970, houve um período de interesse pela arte marcada no corpo, com “agulhas e máquinas caseiras”, os tatuadores começaram a destruir gravadores, vitrolas, aparelhos de barbear e aceleradores de autorama para a fabricação das máquinas. Na época, os tatuadores trabalhavam em espaços improvisados, como galerias, academias de ginástica, barbearias etc.
A partir dos anos 1990 começaram a ser estabelecidos estúdios de tatuagem com equipamentos modernos e instrumentais, materiais descartáveis e catálogos.
Novos cuidados surgiram entre os profissionais: a qualidade artística e a preocupação em relação aos procedimentos higiênicos. Ainda sem fácil aceitação social, talvez em razão do preconceito, os tatuadores procuravam desenvolver desenhos com estilos distintos daqueles que há décadas eram produzidos (PÉREZ, 2003).
A tatuagem, popularizada no século XX, deixa de ser distintiva de pequenos grupos e passa a interessar outros grupos, populares entre jovens, até conquistar pessoas de todas as idades e estilos.

 

 

 
Trabalho de conclusão de curso

Design Gráfico Lucas Piazza

Curitiba 

2017

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